terça-feira, 13 de janeiro de 2009


Quando por fim voltares,
traz no olhar
a nesga de areal onde algum dia
te encontrei entre a espuma e a maresia,
passeando a surpresa de haver mar.
Traz também nos cabelos o luar
e deixa que o veneno da poesia
nos envenene aos dois em sintonia,
como exige o mistério do lugar.
Talvez assim
eu possa finalmente segredar-te as palavras
que não soube dizer-te no momento
em que te vi pela primeira vez e,
de repente,
o mundo foi tão grande que não coube
na minha voz e logo emudeci.

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