quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O SILÊNCIO DOS LOBOS
 
Pense em alguém que seja poderoso...
 
Essa pessoa briga e grita como uma galinha, ou olha e silencia, como um lobo?
 
Lobos não gritam.
 
Eles têm a aura de força e poder.
 
Observam em silêncio.
 
Somente os poderosos, sejam lobos, homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio.
 
Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas.
 
Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos.
 
Se você está em silêncio, olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis.
 
Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota.
 
Olhe.
 
Sorria.
 
Silencie.
 
Vá em frente.
 
Lembre-se de que há momentos de falar e há momentos de silenciar.
 
Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso.
 
Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a
 
(falsa) idéia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques.
 
Não é verdade !
 
Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir.
 
Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal.
 
Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça.
 
Você pode escolher o silêncio.
 
Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados, como defendeu Xenocrates, mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar:
 
"Me arrependo de coisas que disse, mas jamais do meu silêncio".
 
Responda com o silêncio, quando for necessário.
 
Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais.
 
Use o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa para não responder em alguns momentos.
 
Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas.
 
E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas.
 

Texto de Aldo Novak


O SILÊNCIO DOS LOBOS

Pense em alguém que seja poderoso...

Essa pessoa briga e grita como uma galinha, ou olha e silencia, como um lobo?
...
Lobos não gritam.

Eles têm a aura de força e poder.

Observam em silêncio.

Somente os poderosos, sejam lobos, homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio.

Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas.

Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos.

Se você está em silêncio, olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis.

Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota.

Olhe.

Sorria.

Silencie.

Vá em frente.

Lembre-se de que há momentos de falar e há momentos de silenciar.

Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso.

Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a

(falsa) idéia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques.

Não é verdade !

Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir.

Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal.

Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça.

Você pode escolher o silêncio.

Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados, como defendeu Xenocrates, mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar:

"Me arrependo de coisas que disse, mas jamais do meu silêncio".

Responda com o silêncio, quando for necessário.

Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais.

Use o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa para não responder em alguns momentos.

Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas.

E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas.


Texto de Aldo Novak

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Deepak Chopra- Desire


Foto: Estar nus ao vento e brincar com sua pele
Deixar-se beijar pelo mar,pela chuva pelo orvalho,
pelos humores de uma noite quente de verão
Fazer um manto com a lua
que brinca entre as arvores
E quando o sol subir alto no céu,
derreter no seu quente suspiro......

Estar nus ao vento e brincar com sua pele
Deixar-se beijar pelo mar,pela chuva pelo orvalho,
pelos humores de uma noite quente de verão
Fazer um manto com a lua
que brinca entre as arvores
E quando o sol subir alto no céu,
derreter no seu quente suspiro......




Foto: Na cama está deitada a deusa, a soberana dos sonhos. Mas como é que ela veio aqui? Quem a trouxe, que poder mágico a instalou neste trono de fantasia e de volúpia?


Na cama está deitada a deusa, a soberana dos sonhos. Mas como é que ela veio aqui? Quem a trouxe, que poder mágico a instalou neste trono de fantasia e de volúpia?


Foto: Nem os dias longos me separam da tua imagem.
Abro-a no espelho de um céu monótono, ou
deixo que a tarde a prolongue no tédio dos
horizontes. O perfil cinzento da montanha,
para norte, e a linha azul do mar, a sul,
dão-lhe a moldura cujo centro se esvazia
quando, ao dizer o teu nome, a realidade do
som apaga a ilusão de um rosto. Então, desejo
o silêncio para que dele possas renascer,
sombra, e dessa presença possa abstrair a
tua memória.


Nem os dias longos me separam da tua imagem.
Abro-a no espelho de um céu monótono, ou
deixo que a tarde a prolongue no tédio dos
horizontes. O perfil cinzento da montanha,
para norte, e a linha azul do mar, a sul,
dão-lhe a moldura cujo centro se esvazia
quando, ao dizer o teu nome, a realidade do
som apaga a ilusão de um rosto. Então, desejo
o silêncio para que dele possas renascer,
sombra, e dessa presença possa abstrair a
tua memória.
Foto: Sutra do Coração

OM, homenagem à venerável perfeição da sabedoria!

O bodhisattva Avalokiteshvara, em profunda meditação Prajna Paramita
viu claramente a vacuidade da natureza dos cinco agregados
e libertou-se da dor. 

Ó Shariputra, forma não é senão vacuidade, 
Vacuidade não é senão forma; 

Forma é precisamente vacuidade, 
vacuidade precisamente forma. 
Sensação, percepção, reacção e consciência
são também assim. 

Ó Shariputra, , todas as coisas são expressões da vacuidade. 
Não nascidas, não destruídas; não maculadas, não puras, 
Sem crescimento nem declínio.
Assim na vacuidade não há forma,
Sensação, percepção, reacção nem consciência;
Não há olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo, mente;
Não há cor, som, odor, sabor, tacto, objecto; 
Não há campo de visão nem campo de consciência;
Não há ignorância nem fim da ignorância. 
Não há velhice e morte nem cessação da velhice e da morte;
Não há sofrimento nem causa do sofrimento.
Não há caminho, não há sabedoria nem proveito. 

Sem proveito – assim os Bodhisattvas vivem esta Prajna Paramita
Sem obstáculos na mente. 
Sem obstáculos e por isso sem medo.
Muito para além das ilusões, Nirvana é aqui. 
Todos os Budas passados, presentes e futuros vivem esta Prajna Paramita
E alcançam a suprema, perfeita iluminação. 

Por isso deves saber que Prajna Paramita é o sagrado mantra;
o mantra de grande sabedoria, o melhor mantra.
O mantra luminoso, o mantra supremo,
O mantra incomparável
Que dissipa todo o sofrimento.
Isto é verdade. 
Por isso pratica o mantra da Prajna Praramita
Pratica este mantra e proclama: 

GATE GATE PARAGATE PARASAMGATE BODHI SVAHA! 

Isto completa o Coração da Venerável Perfeição da Sabedoria.


Sutra do Coração

OM, homenagem à venerável perfeição da sabedoria!

O bodhisattva Avalokiteshvara, em profunda meditação Prajna Paramita
viu claramente a vacuidade da natureza dos cinco agregados
... e libertou-se da dor.

Ó Shariputra, forma não é senão vacuidade,
Vacuidade não é senão forma;

Forma é precisamente vacuidade,
vacuidade precisamente forma.
Sensação, percepção, reacção e consciência
são também assim.

Ó Shariputra, , todas as coisas são expressões da vacuidade.
Não nascidas, não destruídas; não maculadas, não puras,
Sem crescimento nem declínio.
Assim na vacuidade não há forma,
Sensação, percepção, reacção nem consciência;
Não há olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo, mente;
Não há cor, som, odor, sabor, tacto, objecto;
Não há campo de visão nem campo de consciência;
Não há ignorância nem fim da ignorância.
Não há velhice e morte nem cessação da velhice e da morte;
Não há sofrimento nem causa do sofrimento.
Não há caminho, não há sabedoria nem proveito.

Sem proveito – assim os Bodhisattvas vivem esta Prajna Paramita
Sem obstáculos na mente.
Sem obstáculos e por isso sem medo.
Muito para além das ilusões, Nirvana é aqui.
Todos os Budas passados, presentes e futuros vivem esta Prajna Paramita
E alcançam a suprema, perfeita iluminação.

Por isso deves saber que Prajna Paramita é o sagrado mantra;
o mantra de grande sabedoria, o melhor mantra.
O mantra luminoso, o mantra supremo,
O mantra incomparável
Que dissipa todo o sofrimento.
Isto é verdade.
Por isso pratica o mantra da Prajna Praramita
Pratica este mantra e proclama:

GATE GATE PARAGATE PARASAMGATE BODHI SVAHA!

Isto completa o Coração da Venerável Perfeição da Sabedoria

domingo, 20 de janeiro de 2013

O SORRISO

Foto: Creio que foi o sorriso, 
 
o sorriso foi quem abriu a porta. 
 Era um sorriso com muita luz 
 lá dentro, apetecia 
 entrar nele, tirar a roupa, ficar 
 nu dentro daquele sorriso. 
 Correr, navegar, morrer naquele sorriso.



Creio que foi o sorriso,

o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.













Foto: O Tao produz o Um.
Sendo o Um manifesto produz o Dois.
Existindo o dois aparecem os contrários, que entram na existência ao manifestar o três,
de onde nascem todas as coisas que deixam atrás de si a obscuridade
e avançam para a luz, harmonizados pelo sopro do Espírito.
Os homens detestam ser chamados "órfão", "pequeno", "indigno" e sem embargo, Grandes Reis chamaram-se a si mesmos desta maneira.
Aquele que diminui, cresce.
Aquele que se engrandece, diminui.
O que outros ensinaram, eu também ensino:
"Que o homem violento não morrerá de morte natural".
Utiliza este pensamento para seguir o Caminho
 
 


O Tao produz o Um.
Sendo o Um manifesto produz o Dois.
Existindo o dois aparecem os contrários, que entram na existência ao manifestar o três,
de onde nascem todas as coisas que deixam atrás de si a obscuridade
e avançam para a luz, harmoni...zados pelo sopro do Espírito.
Os homens detestam ser chamados "órfão", "pequeno", "indigno" e sem embargo, Grandes Reis chamaram-se a si mesmos desta maneira.
Aquele que diminui, cresce.
Aquele que se engrandece, diminui.
O que outros ensinaram, eu também ensino:
"Que o homem violento não morrerá de morte natural".
Utiliza este pensamento para seguir o Caminho



 

A SIMPLICIDADE

Foto: O Tao não age,
E por este não agir tudo é feito.
Se reis e príncipes assim fizessem,
Todas as coisas do mundo prosperariam por si mesmas
E se, mesmo assim, os homens tivessem desejos,
O Tao os satisfaria pela simplicidade
Quem se une ao Uno não tem desejos,
Onde não há desejos há paz.
E onde há a paz,
Tudo é harmonia e felicidade.
 
 

O Tao não age,
E por este não agir tudo é feito.
Se reis e príncipes assim fizessem,
Todas as coisas do mundo prosperariam por si mesmas
E se, mesmo assim, os homens tivessem desejos,
O Tao os satisfaria pela simplicidade
... Quem se une ao Uno não tem desejos,
Onde não há desejos há paz.
E onde há a paz,
Tudo é harmonia e felicidade.
Ver mais

 
 


Foto: O ser humano é uma parte do todo a que chamamos universo, uma parte limitada no tempo e no espaço.
Ele concebe a si mesmo, as suas idéias e sentimentos como algo separado de todo o resto - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é um tipo de prisão que nos restringe aos nossos desejos pessoais e reserva a nossa afeição a algumas poucas pessoas mais próximas de nós.
Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza.
Ninguém conseguirá atingir completamente este objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior. (Albert Einstein)
 
 

O ser humano é uma parte do todo a que chamamos universo, uma parte limitada no tempo e no espaço.
Ele concebe a si mesmo, as suas idéias e sentimentos como algo separado de todo o resto - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência.... E essa ilusão é um tipo de prisão que nos restringe aos nossos desejos pessoais e reserva a nossa afeição a algumas poucas pessoas mais próximas de nós.
Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza.
Ninguém conseguirá atingir completamente este objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior. 
 


Foto: E um homem disse: "Fala-nos do conhecimento de si próprio."
E ele respondeu, dizendo:
"Vosso coração conhece em silêncio os segredos dos dias e das noites;
Mas vossos ouvidos anseiam por ouvir o que vosso coração sabe.
Desejais conhecer em palavras aquilo que sempre conhecestes em pensamento.

Quereis tocar com os dedos o corpo nu de vossos sonhos. E é bom que o desejeis.

A nascente secreta de vossa alma precisa brotar e correr, murmurando para o mar;
E o tesouro de vossas profundezas ilimitadas precisa revelar-se a vossos olhos.
Mas não useis balanças para pesar vossos tesouros desconhecidos;
E não procureis explorar as profundidades de vosso conhecimento com uma vara ou uma sonda,
Porque o Eu é um mar sem limites e sem medidas.

Não digais: 'encontrei a verdade.' Dizei de preferência 'Encontrei uma verdade.'
Não digais: 'Encontrei o caminho da alma.' Dizei de preferência: 'Encontrei a alma andando em meu caminho.'
Porque a alma anda por todos os caminhos.
A alma não marcha em linha reta nem cresce como um junco.
A alma desabrocha, qual um lótus de inúmeras pétalas."
 
 
 

E um homem disse: "Fala-nos do conhecimento de si próprio."
E ele respondeu, dizendo:
"Vosso coração conhece em silêncio os segredos dos dias e das noites;
Mas vossos ouvidos anseiam por ouvir o que vosso coração sabe.
Desejais conhecer em ...palavras aquilo que sempre conhecestes em pensamento.

Quereis tocar com os dedos o corpo nu de vossos sonhos. E é bom que o desejeis.

A nascente secreta de vossa alma precisa brotar e correr, murmurando para o mar;
E o tesouro de vossas profundezas ilimitadas precisa revelar-se a vossos olhos.
Mas não useis balanças para pesar vossos tesouros desconhecidos;
E não procureis explorar as profundidades de vosso conhecimento com uma vara ou uma sonda,
Porque o Eu é um mar sem limites e sem medidas.

Não digais: 'encontrei a verdade.' Dizei de preferência 'Encontrei uma verdade.'
Não digais: 'Encontrei o caminho da alma.' Dizei de preferência: 'Encontrei a alma andando em meu caminho.'
Porque a alma anda por todos os caminhos.
A alma não marcha em linha reta nem cresce como um junco.
A alma desabrocha, qual um lótus de inúmeras pétalas."





 
Foto: Outro paradigma: escutar a natureza
 
Agora que se aproximam grandes chuvas, inundações, temporais, furacões e deslizamentos de encostas temos que reaprender a escutar a natureza. Toda nossa cultura ocidental, de vertente grega, está assentada sobre o ver. Não é sem razão que a categoria central – idéia – (eidos em grego) significa visão. A tele-visão é sua expressão maior. Temos desenvolvido até os últimos limites a nossa visão. Penetramos com os telescópios de grande potência até a profundidade do universo para ver as galáxias mais distantes. Descemos às derradeiras partículas elementares e ao mistério íntimo da vida. O olhar é tudo para nós. Mas devemos tomar consciência de que esse é o modo de ser do homem ocidental e não de todos.
 
Outras culturas, como as próximas a nós, as andinas (dos quéchuas e aimaras e outras) se estruturam ao redor do escutar. Logicamente eles também veem. Mas sua singularidade é escutar as mensagens daquilo que veem. O camponês do antiplano da Bolívia me diz: “eu escuto a natureza, eu sei o que a montanha me diz”. Falando com um xamã, ele me testemunha: “eu escuto a Pachamama e sei o que ela está me comunicando”. Tudo fala: as estrelas, o sol, a lua, as montanhas soberbas, os lagos serenos, os vales profundos, as nuvens fugidias, as florestas, os pássaros e os animais. As pessoas aprendem a escutar atentamente estas vozes. Livros não são importantes para eles porque são mudos, ao passo que a natureza está cheia de vozes. E eles se especializaram de tal forma nesta escuta que sabem, ao ver as nuvens, ao escutar os ventos, ao observar as lhamas ou os movimentos das formigas o que vai ocorrer na natureza.
 
Isso me faz lembrar uma antiga tradição teológica elaborada por Santo Agostinho e sistematizada por São Boaventura na Idade Media: a revelação divina primeira é a voz da natureza, o verdadeiro livro falante de Deus. Pelo fato de termos perdido a capacidade de ouvir, Deus, por piedade, nos deu um segundo livro que é a Bíblia para que, escutando seus conteúdos, pudéssemos ouvir novamente o que a natureza nos diz.
 
Quando Francisco Pizarro em 1532 em Cajamarca, mediante uma cilada traiçoeira, aprisionou o chefe inca Atahualpa, ordenou ao frade dominicano Vicente Valverde que com seu intérprete Felipillo lhe lesse o requerimento,um texto em latim pelo qual deviam se deixar batizar e se submeter aos soberanos espanhóis, pois o Papa assim o dispusera. Caso contrário poderiam ser escravizados por desobediência. O inca lhe perguntou donde vinha esta autoridade. Valverde entregou-lhe o livro da Bíblia. Atahaualpa pegou-o e colocou ao ouvido. Como não tivesse escutado nada jogou a Bíblia ao chão. Foi o sinal para que Pizarro massacrasse toda a guarda real e aprisionasse o soberano inca. Como se vê, a escuta era tudo para Atahualpa. O livro da Bíblia não falava nada.
 
Para a cultura andina tudo se estrutura dentro de uma teia de relações vivas, carregadas de sentido e de mensagens. Percebem o fio que tudo penetra, unifica e dá significação. Nós ocidentais vemos as árvores mas não percebemos a floresta. As coisas estão isoladas umas das outras. São mudas. A fala é só nossa. Captamos as coisas fora do conjunto das relações. Por isso nossa linguagem é formal e fria. Nela temos elaborado nossas filosofias, teologias, doutrinas, ciências e dogmas. Mas esse é o nosso jeito de sentir o mundo. E não é de todos os povos.
 
Os andinos nos ajudam a relativizar nosso pretenso “universalismo”. Podemos expressar as mensagens por outras formas relacionais e includentes e não por aquelas objetivísticas e mudas a que estamos acostumados. Eles nos desafiam a escutar as mensagens que nos vem de todos os lados.
 
Nos dias atuais devemos escutar o que as nuvens negras, as florestas das encostas, os rios que rompem barreiras, as encostas abruptas, as rochas soltas nos advertem. As ciências na natureza nos ajudam nesta escuta. Mas não é o nosso hábito cultural captar as advertências daquilo que vemos. E então nossa surdez nos faz vitimas de desastres lastimáveis. Só dominamos a natureza, obedecendo-a, quer dizer, escutando o que ela nos quer ensinar. A surdez nos dará amargas lições.
 
 

Outro paradigma: escutar a natureza

Agora que se aproximam grandes chuvas, inundações, temporais, furacões e deslizamentos de encostas temos que reaprender a escutar a natureza. Toda nossa cultura ocidental, de vertente grega, está assentada sobre o ver. Não é sem razão que a categoria central – idéia – (eidos em grego) significa visão. A tele-visão é sua expressão maior. Temos desenvolvido até os últimos limites a nossa visão. Penetramos com os telescópios de grande potênc...ia até a profundidade do universo para ver as galáxias mais distantes. Descemos às derradeiras partículas elementares e ao mistério íntimo da vida. O olhar é tudo para nós. Mas devemos tomar consciência de que esse é o modo de ser do homem ocidental e não de todos.

Outras culturas, como as próximas a nós, as andinas (dos quéchuas e aimaras e outras) se estruturam ao redor do escutar. Logicamente eles também veem. Mas sua singularidade é escutar as mensagens daquilo que veem. O camponês do antiplano da Bolívia me diz: “eu escuto a natureza, eu sei o que a montanha me diz”. Falando com um xamã, ele me testemunha: “eu escuto a Pachamama e sei o que ela está me comunicando”. Tudo fala: as estrelas, o sol, a lua, as montanhas soberbas, os lagos serenos, os vales profundos, as nuvens fugidias, as florestas, os pássaros e os animais. As pessoas aprendem a escutar atentamente estas vozes. Livros não são importantes para eles porque são mudos, ao passo que a natureza está cheia de vozes. E eles se especializaram de tal forma nesta escuta que sabem, ao ver as nuvens, ao escutar os ventos, ao observar as lhamas ou os movimentos das formigas o que vai ocorrer na natureza.

Isso me faz lembrar uma antiga tradição teológica elaborada por Santo Agostinho e sistematizada por São Boaventura na Idade Media: a revelação divina primeira é a voz da natureza, o verdadeiro livro falante de Deus. Pelo fato de termos perdido a capacidade de ouvir, Deus, por piedade, nos deu um segundo livro que é a Bíblia para que, escutando seus conteúdos, pudéssemos ouvir novamente o que a natureza nos diz.

Quando Francisco Pizarro em 1532 em Cajamarca, mediante uma cilada traiçoeira, aprisionou o chefe inca Atahualpa, ordenou ao frade dominicano Vicente Valverde que com seu intérprete Felipillo lhe lesse o requerimento,um texto em latim pelo qual deviam se deixar batizar e se submeter aos soberanos espanhóis, pois o Papa assim o dispusera. Caso contrário poderiam ser escravizados por desobediência. O inca lhe perguntou donde vinha esta autoridade. Valverde entregou-lhe o livro da Bíblia. Atahaualpa pegou-o e colocou ao ouvido. Como não tivesse escutado nada jogou a Bíblia ao chão. Foi o sinal para que Pizarro massacrasse toda a guarda real e aprisionasse o soberano inca. Como se vê, a escuta era tudo para Atahualpa. O livro da Bíblia não falava nada.

Para a cultura andina tudo se estrutura dentro de uma teia de relações vivas, carregadas de sentido e de mensagens. Percebem o fio que tudo penetra, unifica e dá significação. Nós ocidentais vemos as árvores mas não percebemos a floresta. As coisas estão isoladas umas das outras. São mudas. A fala é só nossa. Captamos as coisas fora do conjunto das relações. Por isso nossa linguagem é formal e fria. Nela temos elaborado nossas filosofias, teologias, doutrinas, ciências e dogmas. Mas esse é o nosso jeito de sentir o mundo. E não é de todos os povos.

Os andinos nos ajudam a relativizar nosso pretenso “universalismo”. Podemos expressar as mensagens por outras formas relacionais e includentes e não por aquelas objetivísticas e mudas a que estamos acostumados. Eles nos desafiam a escutar as mensagens que nos vem de todos os lados.

Nos dias atuais devemos escutar o que as nuvens negras, as florestas das encostas, os rios que rompem barreiras, as encostas abruptas, as rochas soltas nos advertem. As ciências na natureza nos ajudam nesta escuta. Mas não é o nosso hábito cultural captar as advertências daquilo que vemos. E então nossa surdez nos faz vitimas de desastres lastimáveis. Só dominamos a natureza, obedecendo-a, quer dizer, escutando o que ela nos quer ensinar. A surdez nos dará amargas lições.


Foto: Estou aqui para dizer-lhes algo que é absolutamente inacreditável: que vocês são deuses e deusas. Vocês se esqueceram disso. 

OSHO
 
 

Estou aqui para dizer-lhes algo que é absolutamente inacreditável: que vocês são deuses e deusas. Vocês se esqueceram disso.
OSHO
 


sábado, 19 de janeiro de 2013

Foto: As palavras esperam o sono

e a música do sangue sobre as pedras corre

a primeira treva surge

o primeiro não a primeira quebra

•

A terra em teus braços é grande

o teu centro desenvolve-se como um ouvido

a noite cresce uma estrela vive

uma respiração na sombra o calor das árvores

 

•

Há um olhar que entra pelas paredes da terra

sem lâmpadas cresce esta luz de sombra

começo a estender o silèncio sem tempo

a torre extática que se alarga

•

A plenitude animal é o interior de uma boca

um grande orvalho puro como um olhar


As palavras esperam o sono

e a música do sangue sobre as pedras corre

a primeira treva surge

... o primeiro não a primeira quebra



A terra em teus braços é grande

o teu centro desenvolve-se como um ouvido

a noite cresce uma estrela vive

uma respiração na sombra o calor das árvores





Há um olhar que entra pelas paredes da terra

sem lâmpadas cresce esta luz de sombra

começo a estender o silèncio sem tempo

a torre extática que se alarga



A plenitude animal é o interior de uma boca

um grande orvalho puro como um olhar


Foto: E uma mulher disse: “Fala-nos da dor.”
E ele respondeu:
“Vossa dor é o rompimento do invólucro que encerra vossa compreensão. Assim como a semente da fruta deve quebrar-se para que seu coração apareça ante o sol, deste modo deveis conhecer a dor.
Se vosso coração pudesse viver sempre no deslumbramento do milagre cotidiano, vossa dor não vos pareceria menos maravilhosa que vossa alegria; e aceitaríeis as estações de vosso coração como sempre aceitastes as estações que passam sobre vossos campos; e contemplaríeis serenamente os invernos de vossa aflição.
Grande parte de vosso sofrimento é por vós próprios escolhida: é a amarga poção com a qual o médico que está em vós cura o vosso Eu-doente.
Confiai, portanto, no médico, e bebei seu remédio em silêncio e tranqüilidade: pois sua mão, embora pesada e dura, é guiada pela suave mão do Invisível, e a taça que ele vos oferece, embora queime vossos lábios, foi confeccionada com a argila que o Oleiro umedeceu com Suas lágrimas sagradas.”


Autoria: Khalil Gibran - Estraido do Livro: O Profeta


E uma mulher disse: “Fala-nos da dor.”
E ele respondeu:
“Vossa dor é o rompimento do invólucro que encerra vossa compreensão. Assim como a semente da fruta deve quebrar-se para que seu coração apareça ante o sol, deste modo deveis conhecer ...a dor.
Se vosso coração pudesse viver sempre no deslumbramento do milagre cotidiano, vossa dor não vos pareceria menos maravilhosa que vossa alegria; e aceitaríeis as estações de vosso coração como sempre aceitastes as estações que passam sobre vossos campos; e contemplaríeis serenamente os invernos de vossa aflição.
Grande parte de vosso sofrimento é por vós próprios escolhida: é a amarga poção com a qual o médico que está em vós cura o vosso Eu-doente.
Confiai, portanto, no médico, e bebei seu remédio em silêncio e tranqüilidade: pois sua mão, embora pesada e dura, é guiada pela suave mão do Invisível, e a taça que ele vos oferece, embora queime vossos lábios, foi confeccionada com a argila que o Oleiro umedeceu com Suas lágrimas sagradas.”


Autoria: Khalil Gibran - Estraido do Livro: O Profeta


Foto: No princípio era o Verbo
 (e os açucares
 e os aminoácidos).
 Depois foi o que se sabe.
 Agora estou debruçado
 da varanda de um 3º andar
 e todo o Passado
 vem exactamente desaguar
 neste preciso tempo, neste preciso lugar,
 no meu preciso modo e no meu preciso estado!

Todavia em vez de metafísica
 ou de biologia
 dá-me para a mais inespecífica
 forma de melancolia:
 poesia nem por isso lírica
 nem por isso provavelmente poesia.
 Pois que faria eu com tanto Passado
 senão passar-lhe ao lado,
 deitando-lhe o enviezado
 olhar da ironia?

Por onde vens, Passado,
 pelo vivido ou pelo sonhado?
 Que parte de ti me pertence,
 a que se lembra ou a que esquece?
 Lá em baixo, na rua, passa para sempre
 gente indefinidamente presente
 entrando na minha vida
 por uma porta de saída
 que dá já para a memória
 Também eu (isto) não tenho história
 senão a de uma ausência
 entre indiferença e indiferença


No princípio era o Verbo
(e os açucares
e os aminoácidos).
Depois foi o que se sabe.
Agora estou debruçado
da varanda de um 3º andar
... e todo o Passado
vem exactamente desaguar
neste preciso tempo, neste preciso lugar,
no meu preciso modo e no meu preciso estado!

Todavia em vez de metafísica
ou de biologia
dá-me para a mais inespecífica
forma de melancolia:
poesia nem por isso lírica
nem por isso provavelmente poesia.
Pois que faria eu com tanto Passado
senão passar-lhe ao lado,
deitando-lhe o enviezado
olhar da ironia?

Por onde vens, Passado,
pelo vivido ou pelo sonhado?
Que parte de ti me pertence,
a que se lembra ou a que esquece?
Lá em baixo, na rua, passa para sempre
gente indefinidamente presente
entrando na minha vida
por uma porta de saída
que dá já para a memória
Também eu (isto) não tenho história
senão a de uma ausência
entre indiferença e indiferença


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

LOBO ANJO










Foto: Meus olhos se fecham aqui e abrem num mundo de sonhos. 
Lá tudo gira de um modo sereno, quieto. 
Tudo é possível, mas ainda fico só com o que me convém. 
A terra acolhe meus pés em cada passo e lentamente o vento abraça ternura. 
As cores são melodiosas nas flores. 
O céu feito abrigo me envolve num azul infindo. 
Nada inibe os risos que perseveram. 
O coração se mantém sereno e apaixonado porque mesmo naquele lugar, 
dentro dele, ainda existe você.
É certo que me refugio por ali nos longes da realidade esmagadora, 
onde o tempo é apenas um detalhe imperceptível, onde gratidão é manancial farto.

Depois de me preencher de esperança volvo onde estou, 
porque tenho que matar, ou melhor, aprender, constantemente, 
a conviver com os leões do dia-a-dia harmoniosamente




Meus olhos se fecham aqui e abrem num mundo de sonhos.
Lá tudo gira de um modo sereno, quieto.
Tudo é possível, mas ainda fico só com o que me convém.
A terra acolhe meus pés em cada passo e lentamente o vento abraça ternura.
As cores são melodiosas nas flores.
O céu feito abrigo me envolve num azul infindo.
Nada inibe os risos que perseveram.
O coração se mantém sereno e apaixonado porque mesmo naquele lugar,
dentro dele, ainda existe você.
... É certo que me refugio por ali nos longes da realidade esmagadora,
onde o tempo é apenas um detalhe imperceptível, onde gratidão é manancial farto.

Depois de me preencher de esperança volvo onde estou,
porque tenho que matar, ou melhor, aprender, constantemente,
a conviver com os leões do dia-a-dia harmoniosamente


Foto: Caminho eternamente por essas praias, Entre a areia e espuma. A maré alta apagará minha pegadas, E o vento soprará a espuma. Porém o mar e a praia permanecerão eternamente.
 Kahlil Gibran














Caminho eternamente por essas praias, Entre a areia e espuma. A maré alta apagará minha pegadas, E o vento soprará a espuma. Porém o mar e a praia permanecerão eternamente.
Kahlil Gibran


Tu és cego e eu sou surdo mudo,
toquemo-nos com as mãos e compreendamo-nos.




Foto: Tu és cego e eu sou surdo mudo,
 toquemo-nos com as mãos e compreendamo-nos.

Coma o morango quando ele aparecer. Não deixe para depois.

Foto: Coma o morango quando ele aparecer. Não deixe para depois.
Foto: ETERNA BUSCA 
Guida Linhares
 
Somos o microcosmo
circulante neste universo
sempre em expansão.
 
Somos poeira das estrelas,
andarilhos da Via Láctea,
buscando morada no infinito.
 
Somos uma partícula dos raios do Sol,
aquecendo corações fragmentados,
espalhando versos como o vento.
 
Somos uma gotícula de chuva,
aliviando as mágoas e incertezas,
dos companheiros de jornada.
 
Somos um grão de areia,
perdido na praia dos sonhos,
entre as marés das ilusões.
 
Somos diminuta partícula do universo.
Almas em metamorfose eterna,
buscando os mistérios do próprio ser.



ETERNA BUSCA
Guida Linhares

Somos o microcosmo
circulante neste universo
sempre em expansão.

Somos poeira das estrelas,
andarilhos da Via Láctea,
... buscando morada no infinito.

Somos uma partícula dos raios do Sol,
aquecendo corações fragmentados,
espalhando versos como o vento.

Somos uma gotícula de chuva,
aliviando as mágoas e incertezas,
dos companheiros de jornada.

Somos um grão de areia,
perdido na praia dos sonhos,
entre as marés das ilusões.

Somos diminuta partícula do universo.
Almas em metamorfose eterna,
buscando os mistérios do próprio ser.

Foto: POEMA DO UNIVERSO
Maria Thereza Neves
 
rompe o embrião das estrelas
voa em plumas nas nuvens
decifra claves, notas, acordes
foge da entranha das almas
brota nas entrelinhas do universo
preenche cada espaço vazio
ligando elos, luzes e linhas
com asas livres, soltas
faz-se o poema
como uma sinfonia
que o maestro poeta 
comanda a sinfonia
a suavidade da orquestra
solta brilhos e lampejos
no meio do nada
nega o vácuo
assume ser poesia
e deixa-se jorrar
em acordes na amplidão...




POEMA DO UNIVERSO
Maria Thereza Neves

rompe o embrião das estrelas
voa em plumas nas nuvens
decifra claves, notas, acordes
foge da entranha das almas
brota nas entrelinhas do universo
preenche cada espaço vazio
... ligando elos, luzes e linhas
com asas livres, soltas
faz-se o poema
como uma sinfonia
que o maestro poeta
comanda a sinfonia
a suavidade da orquestra
solta brilhos e lampejos
no meio do nada
nega o vácuo
assume ser poesia
e deixa-se jorrar
em acordes na amplidão...

Foto: Durante o dia, por mim
as horas passam faceiras,
já as noturnas
nunca me perdoam.
 
Esse é o mal de todo louco:
ser um tanto lunático, dual,
cíclico e temperamental.
 
Há temperos, ervas e fogos;
alquimias sem receita
cujo resultado nem ele,
o próprio sonhador, sabe.


Autoria: Olívia Braschi



Durante o dia, por mim
as horas passam faceiras,
já as noturnas
nunca me perdoam.

Esse é o mal de todo louco:
... ser um tanto lunático, dual,
cíclico e temperamental.

Há temperos, ervas e fogos;
alquimias sem receita
cujo resultado nem ele,
o próprio sonhador, sabe.


Autoria: Olívia Braschi


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013


Violo as leis de um universo monocromático,
Reinvento-me cor todos os dias...
Encho-me de matizes e sentimentos.
Faço de mim a minha própria arte.
Transformo-me num pássaro de asas vivas,
Pronto a transgredir tudo que é imposto.
Ganho os céus!
Liberdade


Foto: Alguém joga xadrez com minha vida, alguém me borda do avesso, alguém maneja os cordéis. Alguém me inventa e desinventa como quer: talvez seja esta a minha condição. Alguém dirige o teatro de sombras no qual fui ré sentenciada. Finjo entender de tudo: ando de um lado e outro, faço gestos com a mão, cuspo as sementes do fruto entalado na garganta como um grito: alguém aí pode me ouvir? Ninguém reage, ninguém tenta aplaudir: nesse reino todos usam disfarces, menos a solidão


Alguém joga xadrez com minha vida, alguém me borda do avesso, alguém maneja os cordéis. Alguém me inventa e desinventa como quer: talvez seja esta a minha condição. Alguém dirige o teatro de sombras no qual fui ré sentenciada. Finjo entende...r de tudo: ando de um lado e outro, faço gestos com a mão, cuspo as sementes do fruto entalado na garganta como um grito: alguém aí pode me ouvir? Ninguém reage, ninguém tenta aplaudir: nesse reino todos usam disfarces, menos a solidão

Foto: Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu...


Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu...


Foto: A terra, o sol, o vento, o mar são minha biografia e são meu rosto. Por isso não me peçam cartão de identidade..."



A terra, o sol, o vento, o mar são minha biografia e são meu rosto. Por isso não me peçam cartão de identidade..."
Foto: "... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."



"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Foto: Mostrai-me as anémonas, as medusas e os corais
Do fundo do mar.
Eu nasci há um instante.


Mostrai-me as anémonas, as medusas e os corais
Do fundo do mar.
Eu nasci há um instante.
Foto: Devastada era eu própria como cidade em ruína
Que ninguém reconstruiu
Mas no sol dos meus pátios vazios
A fúria reina intacta
E penetra comigo no interior do mar
Porque pertenço à raça daqueles que mergulham de olhos abertos
E reconhecem o abismo pedra a pedra anémona a anémona flor a flor
E o mar de Creta por dentro é todo azul 
Oferenda incrível de primordial alegria
Onde o sombrio Minotauro navega

Devastada era eu própria como cidade em ruína
Que ninguém reconstruiu
Mas no sol dos meus pátios vazios
A fúria reina intacta
E penetra comigo no interior do mar
Porque pertenço à raça daqueles que mergulham de olhos abertos
E reconhecem o abismo pedra a pedra anémona a anémona flor a flor
E o mar de Creta por dentro é todo azul
Oferenda incrível de primordial alegria
Onde o sombrio Minotauro navega
Foto: O sol rente ao mar te acordará no intenso azul
Subirás devagar como os ressuscitados
Terás recuperado o teu selo, a tua sabedoria inicial
Emergirás confirmada e reunida
Espantada e jovem com as estátuas arcaicas
Com os gestos enrolados ainda nas dobras do teu manto



O sol rente ao mar te acordará no intenso azul
Subirás devagar como os ressuscitados
Terás recuperado o teu selo, a tua sabedoria inicial
Emergirás confirmada e reunida
Espantada e jovem com as estátuas arcaicas
Com os gestos enrolados ainda nas dobras do teu manto


Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. 
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. 
Se achar que precisa voltar, volte! 
Se perceber que precisa seguir, siga! 
Se estiver tudo errado, comece novamente. 
Se estiver tudo certo, continue.
 Se sentir saudades, mate-a. 
Se perder um amor, não se perca! 
Se o achar, segure-o!
 Fernando Pessoa
 
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Fernando Pessoa

sábado, 12 de janeiro de 2013

A HORA DO LOBO


"......Se aparecer um halo á volta da Lua ,é sinal de que vai haver vento nessa noite e os lobos põem-se em movimento.São melhores metereologistas que nós.Fazem circulos para espelharem os do céu.Por outras palavras,estão  perfeitamente sincronizados com o céu...."

 

HINO Á DEUSA DO ENTENDIMENTO




Deusa do Entendimento
Tu a Primogénita
A quem os seres humanos chamam Deus
Cuja Natureza é Amor
Cuja Inteligência é Amor
Tu és o Espírito

Deusa do Entendimento
Que sabes quem deve morrer
Quem deve viver
Quem deve libertar-se
Que concedes a Salvação

Tu és a prodigalidade da minha natureza
Tu és o poder da minha carne
Tu és o frémito do meu sopro
Tu és a chama da minha presença
Tu és a autonomia da minha consciência

Deusa do Amor sem nome
Que nos ensina
Que o sentido deste mundo
Reside apenas no Entendimento
Que ele gera no nosso espiríto
Na consciência acrescida
Da nossa absoluta inscrição
Na Suprema Liberdade do Senhor

Rasga o véu da minha ignorância
Ensina-me a amar sem objecto
Tu,nossa intimidade real
Tu,nossa eternidade conquistada
Ensina-me o Amor 
 

HINO Á DEUSA DAS AURORAS

 


Deusa das auroras
Que protege todos os começos
Que torna férteis as intenções

Deusa dos primeiros sorrisos
Dos primeiros olhares
Das primeiras carícias
Dos primeiros amores
Que reina com doçura
Sobre todos os alvores sedutores
Que vela pela harmonia das cores
Pelos acordes dos sons e dos odores
Pelas correspondências secretas
Deusa da Tranquilidade perene
Com um sorriso eterno
Que acalma e cura
O teu Rosto é um lago de delicadeza
A tua mão uma orquídia
O teu seio um oceano de beatitude
Tu és a Mãe amorosa de todas as criações

Eu,teu filho
Volto-me para ti
Ofereço-te o meu caos
Pra que faças ai nascer e crescer
O divino Belo
O divino Verdadeiro
O divino Bom

Que o teu imenso Amor
Que não faz qualquer distinção entre os seres
Estenda o seu manto de luz imperial
Sobre os meus frágeis ombros

 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Livro do Desassossego


"Assim como lavamos o corpo deveríamos lavar o destino, mudar de vida como mudamos de roupa - não para salvar a vida, como comemos e dormimos, mas por aquele respeito alheio por nós mesmos, a que propriamente chamamos asseio.
Há muitos em quem o desasseio não é uma disposição da vontade, mas um encolher de ombros da inteligência. E há muitos em quem o apagado e o mesmo da vida não é uma forma de a quererem, ou uma natural conformação com o não tê-la querido, mas um apagamento da inteligência de si mesmos, uma ironia automática do conhecimento.
Há porcos que repugnam a sua própria porcaria, mas se não afastam dela, por aquele mesmo extremo de um sentimento , pelo qual o apavorado se não afasta do perigo. Há porcos de destino, como eu, que se não afastam da banalidade quotidiana por essa mesma atracção da própria impotência. São aves fascinadas pela ausência de serpente; moscas que pairam nos troncos sem ver nada, até chegarem ao alcance viscoso da língua do camaleão.
Assim passeio lentamente a minha inconsciência consciente, no meu tronco de árvore do usual. Assim passei o meu destino que anda, pois eu não ando; o meu tempo que segue, pois eu não sigo."


"E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou."
"Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste."
"Não vejo, sem pensar."
"Não há sossego - e, ai de mim!, nem sequer há desejo de o ter."
Estudo Sobre a Experiência do Serviço de Neurorradiologia do Hospital de Egas Moniz. G. Branco.

Ao Dr.Gabriel Branco e toda a sua equipa deixo essencialmente a admiração por conseguir descomplicar e resolver tão brutal problema.Entreguei-me nas suas mãos várias vezes e outras se seguirão......sempre com imenso medo,sofrimento e  apreensão mas com a certeza que as suas mãos e o seu empenho profissional,resultam em verdadeiros milagres.

O meu profundo agradecimento

SOBREVIVI A 5 ANEURISMAS


Breves palavras de agradecimento A QUEM ME SALVOU A VIDA.....mas mais que tudo quero deixar uma mensagem de esperança a todas as pessoas que passem pelo mesmo drama ......Vamos manter sempre a esperança de dias melhores......

FOTO DE EQUIPA DE NEUROCIRURGIA DO HOSPITAL EGAS MONIZ.....FALTAM AQUI OS EXCELENTES PROFISSIONIAS DOS CUIDADOS INTENSIVOS...
.Para mim foram a personaficação dos anjos.....Bem Hajam!


Pela 2ª vez deixo aqui o meu mais intenso agradecimento ao Dr. Manuel Dominguez director do Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Egas Moniz que me operou de urgencia a um aneurisma cerebral e me salvou a vida.

Mas como não bastasse através de um angiotac detectaram que eu tinha mais quatro aneurismas cerebrais,estive internada quase um mês nos cuidados intensivos deste mesmo hospital,assistida de maneira profissional e humana de tal forma que ainda hoje sinto um carinho muito especial por todos que naquele Hospital tocaram a minha vida.Sou então informada que vou fazer angiografias para tratar os outros aneurismas e conheço então outro salvador.......o Dr. Gabriel Branco que através destes exames algo dolorosos, embora seja administrada uma sedação( fiz três angiografias) deixou-me fora de perigo e para já ficou tudo controlado e tratado...terei que fazer angiografia anual para controle...e acreditar que tudo vai continuar bem.De toda esta experiência assustadora,dolorosa e traumática ficou a certeza de que o meu Ser fisico pode acabar num minuto,desejo cada vez mais desenvolver-me interiormente e encontrar os meios necessários para encontrar a Luz que tem iluminadao o meu caminho.Podia ter morrido,seria o mais provável,mas estou aqui com poucas ou nenhumas sequelas...um milagre!Da ciencia?....Sim sem duvida.Tal como a papoila dobrei mas não parti.

Mas algo me diz que aquele ainda não era o momento e que esta "passagem" não tinha que terminar em Março de 2012.

Por isso vivo cada dia como se fosse o ultimo..sempre com a presença desta Luz que me protege...e fazendo tudo com imensa paixão,com dedicação,com Amor...continuo a fotografar, agora com mais dificuldade porque o tempo que fiquei inactiva deixou-me com pouca resistencia fisica para me deslocar por serras e montes ...mas estou a melhorar...sempre a melhorar,até ganhei um 2º lugar num concurso de fotografia!Que melhor incentivo poderia ter?

Macrofotografia é a minha paixão...uma delas porque a minha vida tem que ser intensa,tranquila mas plena de paixões....CARPE DIEM






"Ás vezes tenho vontade de lágrimas....."