Eu sei porque te dói
atrair com fúria a pedra aos dentes
e atirá-la depois como nada
à dança magnética
onde acaba o milagre
Com o tempo tornaste-te cega
encandearam-te os verbos
a incandescência dos verbos dolorosos
Aniquilaram-te as alimárias palavrantes
o sussurro esquizofrénico da natureza do homem
Eu sei
que o teu lamento jamais cessará
porque a tua fome é a minha fome
e esse pão fez-se carne
fez-se fogo impossível de levar à boca
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