terça-feira, 31 de março de 2009

Deve-se estar sempre embriagado. Nada mais importa.
Para que o horrível fardo do tempo não vos pese sobre os ombros
e vos faça pender para a terra, deveis embriagar-vos sem cessar.
Mas de quê?
De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha.
Mas embriagai-vos!
E se um dia nos degraus de um palácio,
na erva verde de uma valeta,
na solidão baça do vosso quarto,
acordardes, já sóbrios,
perguntai ao vento, à onda, à estrela,
à ave, ao relógio, a tudo o que foge,
a tudo o que geme, a tudo o que rola,
a tudo o que canta, a tudo o que fala,
perguntai:
– Que horas são?
– São horas de vos embriagardes!
Para que não sejais os escravos martirizados do tempo,
embriagai-vos sem cessar.
De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha.

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