domingo, 24 de maio de 2009

À altura de todas as estrelas
coloco as mãos para tocar o vento.
A lua é um fascínio
que deixa atónito o meu corpo,
e lhe dá um cheiro de fêmea fecundada;
um fogo posto a deixar um luar,
pleno, detido nos meus olhos.
Passeio-me, longamente,
pelo lado mais insensato das palavras
e digo o nome do último pássaro nocturno,
como se nele repetisse um primeiro adeus,
tão súplice, tão magoado.
Um tango exausto sobe-me pelas pernas.
Há, na minha boca,
uma rua silenciosa,
por onde se chega à fragilidade dos lábios.

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